quarta-feira, 22 de junho de 2022

FUTEBOL NO SÍTIO, O ROLÊ ALEATÓRIO DOS ANOS 80

Nessa minha gostosa vida de boleiro de várzea, eu já corri atrás da bola em lugares que até mesmo Deus duvida que existam. Até hoje eu ainda duvido se um dia eles existiram mesmo. 
De todos esses lugares pitorescos nenhum deles me fascinavam mais do que quando atuava contra as equipes da zona rural, o chamado futebol de sítio, quer seja aqui na nossa região, em outros estados e até mesmo de outro pais, Paraguai por exemplo. Uma vez fui jogar num sítio nas profundezas do pais vizinho, mas isso é uma história que vai ficar para outra resenha.
Nesse tempo além conhecer o pessoal dos lugares em que íamos, principalmente as moças é claro, também tive o prazer de conhecer vários costumes, crendices e outras peculiaridades do pessoal de cada um desses lugares, sem contar as belas paisagens que íamos apreciando ao longo das viagens.

A estação de embarque para essas aventuras era o Antigo Mercadão da Aimorés com Tabajaras (foto abaixo), sempre aos domingos, após o almoço.
Perto das treze horas já era possível ver o aglomerado de boleiros reunidos numa resenha infernal à espera do caminhão, todos de mochilinhas nas costas e chinelo havaiana bem surrado nos pés. Esse era o perfil dos atletas do Jorjão, dono do saudoso Paulista FC, tinha outro dono também, mas não lembro o nome dele, alguns destoavam um pouco, eram mais elegantes, porém elegantes ou não todos tinham que estar com o devido dinheirinho da passagem na mão. Pagar era a única condição para subir no caminhão, sendo estrela ou não, se não pagasse ficava por ali mesmo.

 Antigo Mercadão Municipal (Foto ilustrativa)
Quando o caminhão apontava lá na baixada da Aimorés a alegria era geral entre a boleirada, significava que se chegássemos ao sítio iria ter jogo, mas isso ia depender do estado do motorista e da condução, pois essa condição era imprescindível para uma viagem tranquila.

Em poucos segundos já estávamos todos empuleirados em cima da carroceria ou caçamba do caminhão, isso dependia muito do acerto financeiro do dono do time com o dono do bruto. Já em cima do caminhão, a disputa era para pegar um lugar bom, onde desse para curtira a paisagem da viagem e também se mostrar para as pessoas que passavam na rua. Eu não ligava muito para isso não, pois minha obsessão era mesmo enfrentar os caipiras e ganhar deles.
Só a questão de estarmos em cima do caminhão já era garantia que o domingo iria ser bem divertido, independentemente de qualquer contratempo que houvesse.

Já no sítio os times eram divididos em titulares e cascudo. Eu preferia jogar no cascudo, pois a cobrança era menor e a probabilidade de ocorrer brigas durante a partida era nula, além de poder ficar na reserva e jogar nos titulares, caso precisasse sempre fui fominha no quesito jogar futebol.
Era muito legal poder disputar um jogo pra lá de encardido, pois o pessoal dos sítios jamais admitiam perder para os caras da cidade, tendo às vezes a disputa saindo das quatro linhas do gramado e parando muitas vezes no bambuzal mais próximo, em um autêntico salvem-se quem puder, mais isso era raro de acontecer.
Fora a rivalidade entre os caipiras e os caras da cidade, que era uma coisa natural, pois quando chegávamos ao bairro já notávamos no olhar do povo local essa coisa natural que disse. Geralmente esse ranço ficava só no campo verbal, e o que sobrava era muita diversão que deixava nosso domingo mais alegre.


TEXTO: Paulo Cesar - PC
"Minhas divertidas aventuras pelo mundo do futebol de várzea, o futebol que amamos chamar de quebra dedo, arranca toco, racha canela, entre outros."


quarta-feira, 15 de junho de 2022

SAPOLÂNDIA FUTEBOL CLUBE JUNIORES

O inesquecível SAPOLÂNDIA FUTEBOL CLUBE JUNIORES do professor BENTÃO. Foto tirada acredito no ano de 1985 no Alonsão, nesse tempo eu era o titular absoluto da camisa 7 do Sapão.
Em pé: Bentão, Batata, Grilo, Betão, Ticão, Tita, Silvio, Marcelo, X, X, X. Agachados: Betão Pompéia, Serginho Lobão, Paulinho-PC, Wilson Irisom, Tonho, Doca, Pradinho, Arnaldo e Zé Afonso.