terça-feira, 19 de julho de 2022

SAPOLÂNDIA FUTEBOL CLUBE, MAIS QUE UM SIMPLES TIME DE FUTEBOL AMADOR, UMA PAIXÃO!

Lá pelos anos 1985, depois de participar de todas as categorias de base possíveis aqui da cidade, e vale ressaltar que na época existiam quatro principais, a saber, dentinho, dente de leite e dentão, e depois os juniores. Joguei na base por times da época como o Marleo e o Palmeirinhas do Luizinho Sapateiro, São Paulinho do Miguel e Guarani do Bolão e Peneira, Escolinha do Jairo, e entre ouros que não me lembro mais. Bom, essa resenha não é sobre minha origem futebolística, e sim sobre a minha passagem como atleta pelo famoso e folclórico Sapolândia FC do Bentão, na época um time de futebol amador mediano, aqueles quem entram no campeonato apenas para participar, sem muita pretensão a títulos, porém que procuravam não fazer feio e com isso manter a tradição.
Por isso que usei essa frase como o título da resenha: MAIS QUE UM SIMPLES TIME DE FUTEBOL AMADOR, UMA PAIXÃO!

O time era famoso não por ganhar títulos, como já frisei acima mas sim pelo seu diretor, técnico, dono, tesoureiro e entre outros o senhor Paulo Bento da Silva, o popular Bentão, figura muito carismática no futebol menor tupãense da época, e até nos dias de hoje, apesar de já aposentado das beiradas do campo. e que era um show à parte como técnico vitalício da equipe.

O Sapolândia Futebol Clube tinha sua sede na baixada da Avenida Tamoios, na esquina com a rua Tupiniquins, região conhecida como Vila Sapo. Não era bem uma sede, na realidade era um buteco bem modesto, cujo dono era um apaixonado pelo time, então dava uma força para o Bentão.
A rapaziada se reunia por lá para traçar os destinos do SAPO e tomar uma, pois ninguém é de ferro né? Na Vila Sapo também existia um Bloco Carnavalesco muito tradicional, Os Unidos de Vila Sapo, que também tive o prazer de participar, fazendo parte de sua bateria nota dez, em vários carnavais.

Disputei vários campeonatos e torneios pelo Sapolândia nos anos que lá permaneci, até que tive meu nariz quebrado numa cotovelada maldosa em um jogo do amador. Fiquei um bom tempo sem jogar bola por causa dessa agressão covarde. Quando me recuperei não tive mais vontade de jogar partidas valendo três pontos, optando por apenas brincar amistosos e nas categorias de aspirantes de preferência. Depois que sai da equipe, sempre acompanhava mesmo que de longe as campanhas do SAPO.

As resenhas de vestiário eram o ponto alto do time, futebol mesmo ficava só para dentro do campo, lá no vestiário os assuntos eram outros, para o desespero do professô Bentão que cobrava concentração o tempo todo.
Como nunca fui um jogador disciplinado, afinal nunca recebi nada para jogar, sempre a noitada vinha primeiro, isso fez com que tivesse alguns atritos com o “professô”, e em decorrências desses esbarrões, o banco de reservas era sempre um lugar cativo para mim, apesar dele sempre me dar a camisa 7, independente de ser reserva ou titular.

Bentão era uma espécie de paizão, porém não admitia que o contrariasse. Sempre falava para mim que eu era o titular dele, porém quando chegasse atrasado e perdesse a preleção dele, uma espécie de incentivo, feita aos berros, seguida de palavrões e para finalizar uma reza tradicional, estaria automaticamente no banco de reservas. Eu nem ligava muito, só queria entrar e jogar um pouquinho, quando isso não acontecia, ai eu ficava puto.

O Sapo era um time sem nenhum orçamento, por isso não contava com nenhum jogador de expressão da cidade na época, com isso contava com a molecada que tinha estourado a idade para o juniores, o meu caso e alguns medalhões já em fim de carreira. Ao contrário dos times tradicionais da época que contavam com recursos e contratavam boleiros de melhores qualidades, contavam até com os estrangeiros, sim esse era o apelidado dado aos atletas que vinham de outras cidades a peso de ouro disputar nossos campeonatos. O SAPO era um time bem modesto, mas mesmo assim conseguíamos, na medida do possível, não fazer feio dentro das quatro linhas.
Infelizmente, como tudo nessa vida tem tempo de duração, o nosso querido SAPOLÂNDIA FC não existe mais, um ciclo bonito que se encerrou e que fez diferença na minha vida, e de muita gente, acredito.

Como já disse, depois do SAPO perambulei por vários times de Tupã e zona rural sempre disputando amistosos nas categorias menores, nunca mais disputei uma partida valendo três pontos, mas isso são histórias para outras resenhas.
Andei procurando, mas infelizmente não encontrei nenhuma foto do Sapo da época em que eu participava para ilustrar a postagem.

Texto: Paulinho - PC
"Minhas divertidas aventuras pelo mundo do futebol de várzea, aquele que amamos chamar de quebra dedo, arranca toco, entre outros."

https://futebolraiz00.blogspot.com