Lá no de 1988, após nossa conclusão do ensino médio, eu e mais alguns amigos do famoso grupo The Balla's não tínhamos pagado aquele famoso carnê de formatura, com isso não íamos fazer parte daquela tradicional excursão que vem no final. Diante dessa situação resolvemos fazer uma proposta para uma das professoras que organizou a excursão dos alunos na época.
Como não havia mais lugares disponíveis no ônibus, sugerimos a ela que, caso conseguíssemos chegar a Camboriú, ela nos cederia um quarto no mesmo preço que os outros alunos haviam pago. Para a nossa surpresa, acredito que ela não botou que fé de que chegaríamos à praia, devido as dificuldades da época, disse que não cobraria nada pelos cinco dias que íamos ficar por lá, caso fossemos mesmo.
A proposta da professora nos mobilizou ainda mais, e no dia combinado os quatro Manés desceram para o litoral catarinense a bordo de um Corcel II de propriedade do pai de um dos Manés.
Chegando à praia pela primeira vez, ao invés de curtir as belezas peculiares da região, o boleiro aqui foi atrás de jogo de bola. Como sempre digo que vicio pouco é bobagem, lá vou eu ficar assistindo aos campeonatos oficiais de futebol de areia na praia, ignorando as belezas que os circulavam.
De tanto assistir aos jogos e ao término desses, bater uma bolinha com a rapaziada nas peladas sem compromisso, lá pelo quarto dia acabei fazendo amizade com o técnico de um dos times por lá, que me deu uma elogiada de leve. Abrindo espaço para mim, quase salivado igual a um cachorro com sede, responder na língua da boleiragem que era do ramo.
Botando fé na minha conversa firme de craque de bola, ele me disse que faria um teste comigo, me colocando alguns minutos no jogo do outro dia.
Fui embora para a pensão em que estávamos alojados, que era meio longe da praia, feliz da vida.
Aquela noite acho que foi a mais longa de minha vida, nunca amanhecia, mas vontade de vestir a camisa do Indaial Futebol Clube de Praia, esse era o nome do time, cujo técnico era natural dessa bonita cidade catarinense, superava tudo.
Enfim amanheceu, tomei aquele café reforçado para aguentar o tranco, afinal era tudo de graça mesmo, qualquer coisa ali ficava doce. Só lembrando que já estávamos no quinto e último dia do combinado.
Pois bem, quando cheguei na praia todo empolgado para o jogo, recebi a triste e matadora notícia de que a rodada daquele dia tinha sido transferida, pois devido às chuvas tinha times que estavam com jogos atrasados e iriam faze-los justamente naquele dia.
Foi um balde água fria nas minhas utópicas pretensões de ser descoberto ali por algum olheiro dos grandes clubes do futebol brasileiro. Uma viajada na maionese total de minha parte, coisa de um lobisomem juvenil, como dizia o saudoso Renato Russo, vocalista da Legião Urbana.
O que me restou foi bater uma bolinha sem compromisso com a rapaziada que estava por e curtir a praia, pois no outro dia iriamos retornar.
Só para deixar consignado, chegando lá no Balneário, a professora com a qual havíamos firmado o trato, cumpriu todas as promessas que nos havia feito, e um pouco mais ainda.
O que me restou foi bater uma bolinha sem compromisso com a rapaziada que estava por e curtir a praia, pois no outro dia iriamos retornar.
Só para deixar consignado, chegando lá no Balneário, a professora com a qual havíamos firmado o trato, cumpriu todas as promessas que nos havia feito, e um pouco mais ainda.
Texto:
Paulo Cesar - PC
Paulo Cesar - PC