segunda-feira, 27 de setembro de 2021

DICIONÁRIO FUTEBOLÊS - O GOL OLÍMPICO

O gol olímpico no futebol acontece quando um jogador acerta uma cobrança de escanteio diretamente no gol, sem que haja nenhum tipo de interferência para que esse gol aconteça, sendo uma jogada plasticamente bonita.
O gol olímpico é uma jogada legal, sendo válido o gol marcado direto da cobrança do escanteio, mas é uma missão difícil para o boleiro, dados os ângulos envolvidos, e sem falar na quantidade de jogadores no meio do caminho.

Para marcar a partir de um tiro de canto, o jogador deve aplicar um efeito suficiente à bola de forma a desviá-la da linha de fundo e voltar para a rede, para isso o boleiro precisa ter um pouco de intimidade com a bola, como podemos ver na imagem. Apesar de ser uma jogada difícil, é perfeitamente possível para um perebão acidentalmente marcar um gol desses, alguns boleiros que tem um pouco menos de intimidade tentam propositalmente ao observar um goleiro adiantado, por exemplo.

Em 1924 o jogador argentino Cesareo Onzari marcou um gol contra o então campeão olímpico da época, a seleção do Uruguai, em um chute direto de escanteio. A partir de então, o gol ficou conhecido como "gol olímpico" por ser marcado contra a Celeste Olímpica.
Em minha longa carreira de boleiro de várzea fiz alguns golzinhos olímpicos, porém sempre em treinos, pois nunca tive coragem de arriscar durante os jogos valendo, um autêntico "Leão de Treinos". Nos treinos as reclamações são mais suaves, caso você erre, mas nos jogos valendo as broncas são mais pesadas, tanto do técnico, como dos demais.

Texto:
Paulo Cesar - PC



quinta-feira, 16 de setembro de 2021

O AMISTOSO INTERNACIONAL

Quase no final da agitada década dos anos 1990, enquanto muita gente vivia a expectativa da virada do século e com isso a vinda de melhoras com os novos tempos, outras viviam o temor de que o mundo acabaria nessa virada, baseadas em crendices contadas por ancestrais, adivinhos, entre outros curiosos. No meio dessas e de outras bobagens como o Bug do Milênio que rolaram na época, e que não viraram em nada, eu me preparava ansiosamente para dar um pulinho ali no Paraguai participar de um joguinho amistoso, convidado que fui por um amigo, o conhecido Massagato, Gato Sam para os íntimos.

Seria meu primeiro jogo internacional, está certo que o jogo era no Paraguai, mas para chegar no Paraguai precisava atravessar a fronteira, mesmo que essa fronteira seja uma rua, é outro pais, e sendo assim é jogo internacional. O Gato fazia parte dos Veteranos Pernas de Pau, e os Veteranos haviam sido convidado a fazerem dois amistosos por aquela região.
O primeiro amistoso seria em Ponta Porã MS no sábado e outro em um sitio localizado na região rural de Pedro Juan Caballero, ou seja Paraguai adentro.

Embarquei todo eufórico juntos com a delegação do clube numa sexta-feira à noite, em frente a Sapataria Kawakami do seu Takao, em um ônibus da saudosa Tupantur rumo ao Mato Grosso do Sul, devidamente fretado pelo inesquecível Antônio Carlos "Frangão". Foi uma viagem tranquila, com muita resenha e sem novidades no quesito trânsito ou outras anormalidades.
Pela manhã chegamos a Ponta Porã e fomos para o hotel descansar um pouco, depois fomos fazer umas comprinhas, e esperar o horário do primeiro jogo chegar.
Lá pelas cinco horas da tarde fomos para o estádio municipal da cidade, onde seria realizado o primeiro jogo. Minha ansiedade estava a mil, não via a hora de entrar em ação, porém quando chegamos lá já veio o aviso de que só poderiam serem escalados jogadores com mais de quarenta anos alto, pois o time local era formando na maioria pelos boleiros e mais alguns caneludos já aposentados.
Como nessa época ainda estava bem longe da casa dos quarenta anos, acabei ficando fora do jogo, foi duro ficar assistindo ao treino depois do balde de água gelada.
O que diminuiu um pouco a frustação foi o belo jantar que os caras nos ofereceram e a esperança de que no jogo do domingo não tivesse essa tal frescura de restrição de idade.

Domingão chegou com um sol de estralar mamona, tomamos o café e desocupamos o quarto do hotel, pois não voltaríamos mais, iríamos embora logo após o jogo.
Embarcamos e seguimos Paraguai adentro, viajamos um tempão, mas nunca que chegava o local do jogo, pensava eu, mas nada, tudo fruto da ansiedade de enfrentar os paraguaios.
Chegando ao local que era numa fazenda, encontramos dois campos de futebol médio, e a informação que seriam dois jogos, ou seja o pessoal de lá tinha dois times. Uma espécie de titular e cascudo, como temos por aqui na zona rural, só que com uma diferença, os jogos ao contrario daqui são no mesmo horário.
Logo o nosso pessoal escalou as duas equipes e para alivio meu, eu estava devidamente marcado no cascudão, sem problema nenhum, ai era só correr para o abraço.
Foi muito legal, pois tive o prazer atuar ao lado de grandes craques do futebol tupãense do passado, como Dito Marquezim, Morto, Zezé, Ditão Gonçalves e muita gente boa.
Sinceramente eu nem lembro direito detalhes do jogo e nem do resultado final, mas o importante foi que joguei pelo menos um jogo internacional em minha trajetória de boleiro raiz, mesmo sendo ali do outro lado da rua, no Paraguai.

Após o jogo “los Hermanos” paraguaios nos ofereceram como almoço um suculento churrasco, regado a muita cerveja Ouro Fino e ao som de belas cantigas paraguaias. Vale um destaque sobre os cancioneiros paraguaios, os caras eram tão animados que acredito que até o ser mais tímido da festa deu uma balançadinha no esqueleto.
Após o deleite do almoço e de muita resenha, nos despedimos dos paraguaios, com a promessa de que um dia marcaríamos um amistoso de volta.

Mas acredito que devido aos efeitos da breja paraguaia, essa promessa ficou só na promessa, pois nunca mais tive notícias a respeito.

Texto: Paulo Cesar - PC
https://futebolraiz00.blogspot.com/

terça-feira, 14 de setembro de 2021

REGULAMENTO DO PELADEIRO DE RUA

Não existe um regulamento propriamente dito, é criado na hora, baseado em algumas jurisprudências criadas pelos peladeiros.
Vejamos a seguir:
Não importa qual o placar da partida, se alguém gritar ” QUEM FIZÉ O PRIMEIRO GANHA“, imediatamente a bola vai ao centro do campinho e se começa uma final de copa do mundo, mesmo se o time contrário estiver ganhando por 10 a 0;
Perder a tampa do dedão é regra;
O chinelo vira uma trave;
Quem está de sapato tira para não machucar o coleguinha;
Se o dono da bola sair, o jogo acaba;
Bola empressada é da defesa;
O último jogador escolhido será o goleiro.
Dentre outros mais.




Texto:
Paulo Cesar - PC
Minhas divertidas aventuras pelo mundo do futebol de várzea, aquele que amamos chamar de quebra dedo, racha canela, arranca toco, entre outros.