Na gíria do futebol o bagrão é todo aquele jogador tosco, de poucos recursos técnicos para a prática do futebol, sem quase nenhuma intimidade com a bola, ou às vezes nenhuma, e que também tem muita dificuldade em entender a orientação tática do treinador.
Para matar a bola, melhor dizendo, para dominar a bola é um problema grave, quase uma façanha, parece que ela tem medo do atleta ou vice-versa. Bate nas canelas, volta, não quer parar, o passe sai para o lugar errado.
Trava-se mais uma luta do que um momento de intimidade, a bola é claro, sente-se maltratada, pois não recebe o mínimo de carinho necessário por parte do chucrão. Carinho esse que recebe aos montes dos craques, com os quais mantém uma relação de afeto e cumplicidade.
O bagrão às vezes compensa essas deficiências através do vigor físico e muita raça dentro de campo, um líder que se impõe através da força bruta, qualidades essas que motivam os times a insistirem em ter pelo menos um no elenco, no sentido de motivar a equipe através de sua liderança física dentro das quatro linhas, de quebra, se possível intimidar os adversários.
No entanto, mesmo com toda essa dedicação, no máximo se tornará um carregador de piano do time, literalmente um burro de carga, que faz todo o trabalho bruto de marcação e de recuperação de bolas, para depois entregá-las a um companheiro mais talentoso, para que esse então faça a diferença no jogo. O jogador cabeça de bagre não tem vida fácil, no entanto é feliz, pois devido sua vitalidade em campo, dificilmente é substituído, quase não se machuca, pois nenhum jogador em sã consciência vai querer dar uma beliscadinha na canela de um cara desse né, e ainda conta com apoio da galera, pois o torcedor adora um jogador com essas qualidades.
Texto:
Paulo Cesar - PC
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Paulo Cesar - PC
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