quinta-feira, 10 de setembro de 2020

O BELO BAIRRO SABIÁ E OS SEUS TORNEIOS DE FUTEBOL

Seguindo pela Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, a SP-294, no sentindo Tupã a Herculândia, a alguns quilômetros de nossa cidade, entrando à direita, temos o Bairro Sábia, um dos lugares que eu mais gostava de bater uma bolinha. Quando íamos de caminhão aos domingos à tarde jogar contra o time da casa, ou disputar os torneios que eram frequentes naquela época por lá, usávamos o acesso da estrada de terra, que ficava um pouco para frente da AABB - Associação Atlética Banco do Brasil. Porém quando eu ia aos sábados à tarde treinar com o pessoal, por ir de motocicleta, usava um acesso mais tranquilo que passava por dentro de uma fazenda, pertinho do acesso para o distrito de Parnaso, com isso evitando um confronto direto com o "areião", que dominava praticamente toda a estrada que citei anteriormente, e evitando assim algum possível tombo desnecessário da motoca.
Como disse, aos sábados à tarde tinha um pessoal que alugava o campo para treinos, e como nesse grupo tinha alguns amigos que treinavam com os caras, de vez enquando eu arrumava uma vaguinha, sem compromisso, para treinar.
Mesmo sendo uma passagem sem compromisso, foram tempos bons aquela minha passagem com os boleiros de sábado à tarde no Sabiá, muito futebol, muita resenha, churrascos, em fim, só alegria. Era um cabra de sorte, pois nas vez que ia, sempre tinha alguma coisa boa para "beliscar" após o treino.

Com respeito aos jogos que fiz contra o time oficial do Sabiá aos domingos, foram poucos, uns dois talvez. A maioria dos jogos que fiz valendo no Bairro Sabiá se concentraram nos torneios, aliás torneios por lá era o que mais acontecia. Pelo fato do bairro ser próximo a Tupã e o acesso ser fácil, a quantidade de times que participavam era grande.
As disputas se desenrolavam até o anoitecer, e na maioria das vezes eram decididas em cobranças de penalidades máximas, pois pela grande quantidade de equipes, o tempo de jogo era bem pequeno, e dificilmente o jogo era decidido com bola rolando.

Numa dessas tantas disputas, época em que atuava pelo Paulista Futebol Clube do professor Jorjão, o nosso time empatou no tempo normal, e logo na primeira rodada do torneio. Partimos então para as cobranças dos pênaltis, o professor pediu para eu fazer a primeira cobrança. Peguei a bola com toda confiança do mundo, mas acabei errando, porém o juizão voltou a cobrança. Juiz corajoso, não era comum isso acontecer, porém de nada adiantou, pois errei de novo.
Minha sorte foi que os caras do outro time também erraram, e acabamos vencendo a disputa.
Conseguimos ir passando pelas próxima eliminatórias sempre vencendo com bola rolando e pelo placar mínimo. Porém na grande final também voltaram a acontecer as cobranças de pênaltis, e eu já corri lá e peguei a bola para bater o penal, achando que estava com moral com o professor, porém nesse instante o Jorjão veio de encontro a mim e disse que era melhor eu não bater o pênalti. Mesmo a contra gosto não discuti e acatei a ordem do técnico, que naquele momento acredito era a pessoa que estava com o psicológico menos abalado. Acabou dando certo, acertamos todas nossas cobranças, enquanto os contrários erraram uma, e acabamos sendo os campeões daquele torneio.
O campo do Bairro Sabiá era um autentico tapete verde, impecável, porém tinha uma certa inclinação, e os jogos funcionam naquele esquema de atacar para cima e atacar para baixo. Sendo que quando se estava atacando "morro abaixo", a equipe procurava imprimir maior pressão, pois quando estivesse atacando "morro acima" o desgaste seria bem maior, e as forças seriam concentradas em se defender.

Texto: Paulo Cesar - PC
"Minhas divertidas aventuras pelo mundo do futebol de várzea, aquele que adoramos chamar de quebra dedo, arranca toco, racha canela, e entre outros".



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